Por Rebeca Salgado
Contar a história de Telê Santana não é nada fácil. O que se pretende mostrar? O lado bravo, insistente e crítico ou um lado mais amoroso e família de alguém como ele? Um recente lançamento mostra que pode-se contar a história de Telê de forma eficaz e saudosista, abordando diferentes aspectos de um homem que ficou conhecido como o melhor técnico do Brasil e da América do Sul.
Trata-se do documentário “Telê Santana: Meio Século de Futebol-Arte”, produzido pelas jornalistas Ana Carla Portella e Danielle Rosa, lançado no final de abril . No vídeo, Telê foi homenageado por ex-jogadores e companheiros de diversas conquistas de sua carreira.
É Danielle que nos concede uma entrevista para contar mais sobre a história do filme:
Conexão Tricolor - Como surgiu a ideia de se fazer o documentário?
Danielle Rosa - O Doc surgiu como um curta-metragem no projeto de TCC. Éramos duas mulheres apaixonadas por futebol que queríamos falar sobre um personagem marcante. Nas pesquisas chegamos ao nome de Telê Santana por tudo o que ele fez para o nosso futebol. Vimos que ele mesmo tendo perdido 2 copas do mundo tinha sido clamado como o melhor técnico que já passou pela equipe. E teve seu reconhecimento quando chegou ao SPFC, ganhando todos os campeonatos que disputou.
No fim da faculdade tínhamos um material muito vasto de entrevistas e pesquisas. Não pensamos duas vezes em transformar o que tínhamos em mão em uma longa-metragem. O Brasil é o país do futebol, mas não temos memória. As pessoas passam, são idolatradas e depois esquecidas. Por esse motivo resolvemos, à nossa maneira, eternizar um dos personagens do nosso futebol.
CT - Quais foram as pessoas mais dificeis de se entrevistar?
DR - Todos de certa forma foram difíceis. A solução era entrar em contato com a mãe de um ou esposa do outro (risos). Mas todos foram muito receptivos quando o assunto era Telê Santana. Fomos ao RJ, Bahia, BH atrás de quem viveu e conviveu com ele. Tivemos que refazer algumas entrevistas quando o microfone fazia questão de não funcionar, ou a fita dropava. Mas nunca deixamos nosso sonho de lado.
CT - Por quantos lugares vcs passaram para desenhar a história do Telê?
DR - Começamos pelo Rio de Janeiro. Lá estivemos umas 3 ou 4 vezes falando com jogadores da época do Telê e com a família que sempre nos apoiou e esteve ao nosso lado durante toda a produção do doc. Fomos para Minas e para Porto Seguro também onde a filha do Telê vive até hoje. Em SP visitamos muitos lugares, ouvimos muitas histórias.
CT - Quanto tempo demorou para o doc ser feito?
DR - Ao todo foram 6 anos de produção. Como nunca tivemos patrocínio tudo saiu do nosso bolso e por meio de parcerias. Íamos fazendo as entrevistas como dava. Pegávamos os jogadores nos aeroportos, jogos, vestiários e onde desse.
CT - Após todo o tarbalho, como você define Telê Santana?
DR - Que pergunta difícil (risos). Foi um mergulho muito profundo na história dele. Hoje eu considero ele um pai, um avô. Ele me ensinou muito mesmo estando tão distante. Um homem simples que nunca se importou com luxo. Um cara apaixonado por futebol, ele viveu por esse esporte. Me ensinou a nunca desistir do que acho certo, a pensar no dia de amanhã, mas também a apreciar cada momento. Telê foi muito mais do que um Mestre. Foi um homem honesto, apaixonado, profundo. Um personagem que infelizmente não existe mais no mundo do futebol.
As diretoras Ana Carla Portella e Danielle Rosa com o ex-jogador Palhinha, durante coquetel de lançamento do doc.
Aos que se interessaram pela história do mestre, o DVD "Telê Santana: Meio Século de Futebol Arte" já está disponível para venda e pode ser encontrado na internet ou nas lojas Fnac, 2001 Vídeos e Saraiva.
*Crédito das Imagens:
Banner do documentário: Danielle Rosa
Lançamento do DVD (Ana Carla Portella, Palhinha e Danielle Rosa): SPFC Digital
Achei sensacional esse documentário... acho que vou até comprar um pra mim!!!!
ResponderExcluirMuito bom meninas... Parabéns por terem se lembrado de uma data tão importante que envolve o SPFC e pela entrevista!!
ResponderExcluirObrigada você, Danielle por nos conceder a entrevista e nos contar sua jornada com a história do mestre!
ResponderExcluirO que o documentário apresenta de novidade sobre Telê?
ResponderExcluir