25 de outubro de 2011

O novo Rei da selva

Emerson Leão chega ao São Paulo para salvar o time da crise

Por Rebeca Salgado*

Polêmico. Essa é a melhor palavra de que definiria o novo técnico do São Paulo, Emerson Leão, contratado essa semana para ocupar o lugar de Adilson Batista.

Pela frente, uma missão ainda mais difícil: fazer com que o time não perca as oportunidades e consiga bons resultados ainda no Brasileirão desse ano. Missão impossível? Não para Leão, que em sua passagem anterior pelo clube deixou o São Paulo com a mão nos principais títulos internacionais de 2005: a Copa Libertadores e o Mundial de Clubes.

Leão conversa com os jogadores em seu primeiro treino na volta ao SPFC - Foto: Vipcomm

Para quem pensa que ele tem tempo de sobra, um engano. Ao ser apresentado na segunda-feira, Leão já teve sua primeira conversa com os jogadores e com a comissão técnica, além de comandar o treino do dia no CT Barra Funda.  Após o treino, o novo técnico já embarcou com o time para o Paraguai, onde comandará  a partida de volta das oitavas de final da Copa Sul-Americana, contra o Libertad.

Não tem como negar que o São Paulo está em má fase. O time vinha desperdiçando as chances de pontuação em casa no Campeonato Brasileiro e venceu o Libertad, também em casa,  por apenas 1 a 0, vantagem perigosa para a partida de volta. Ainda no Brasileirão, o time se viu sair da briga da liderança para brigar por uma vaga na Libertadores do ano que vem, situação nada confortável para um clube e torcedores que já estão acostumados a ser veteranos na competição.

As esperanças estão todas em cima de Leão, que se uma vez conseguiu levar o São Paulo ao topo mais alto, pode reverter a situação nesse ano.

O portal Terra fez uma seleção de momentos marcantes e polêmicos na carreira de Emerson Leão, tanto como jogador, como quando se tornou técnico, aos quais o Blog repassa ao leitor:

Propaganda de cueca (anos 70)
Leão como goleiro da Seleção
No começo da carreira, nas passagens por Comercial-SP, São José-SP e Palmeiras, Leão ganhou fama de galã e atendeu ao convite para posar apenas de cueca em uma propaganda que foi espalhada por outdoors e revistas em todo o País. O goleiro ganhou status de sex symbol para muitas mulheres, que elogiavam as suas pernas, mas também foi criticado pelo "escândalo" de contrariar costumes da época.

Seleção Brasileira (Copa de 1974)
Após a derrota do Brasil para a Polônia, por 1 a 0, na disputa do terceiro lugar da Copa de 1974, Leão teria agredido o lateral esquerdo Marinho Chagas no vestiário. De acordo com o relato de jogadores daquele time, o goleiro teria pedido para o companheiro jogar mais defensivamente, e não subir muito para o ataque. O jogador, no entanto, descumpriu as recomendações e deu liberdade ao craque polonês Grzegorz Lato, autor do gol da vitória europeia.

Palmeiras (1978)
O jogo de ida da final do Brasileiro de 1978, entre Palmeiras e Guarani, estava empatado em 0 a 0 quando Leão se desentendeu com o ponta Bozó e, na confusão, acertou uma cotovelada no então jovem atacante Careca. Expulso, o goleiro demorou cerca de sete minutos para deixar o campo, tentou brigar com o árbitro e até mesmo com um guarda da Polícia Militar. O atacante Escurinho foi para o gol, mas não conseguiu defender a cobrança de Zenon, que abriu caminho para o título do clube de Campinas.

Copa de 1982
Com quatro Copas do Mundo no currículo (reserva em 1970 e 1986; e titular em 1974 e 1978), Leão, mesmo considerado o melhor goleiro do Brasil na época, ficou fora da convocação para a Copa de 1982, rejeitado por Telê Santana, que não gostava do seu temperamento e preferiu levar Valdir Peres, Paulo Sérgio e Carlos. Anos depois, em 1989, entrevistado pelo programa Roda Viva, da TV Cultura, Leão declarou que Telê era um bom técnico, mas não devia mais ter chances na Seleção Brasileira e aparentava ser uma pessoa "muito só".

Sport (1987)
Leão começou a carreira de treinador em 1987, conquistando o polêmico Módulo Amarelo da Copa União com o Sport, em título que ainda hoje gera discussão entre torcedores da equipe pernambucana (que se consideram legítimos campeões brasileiros de primeira divisão daquele ano) e do Flamengo (que venceu o torneio considerado de "primeira divisão" na ocasião e se recusou a enfrentar os vencedores do outro módulo).

O treinador que tem fama de polêmico e marrento.
Atlético-MG (1997)
Leão foi bicampeão da extinta Copa Conmebol em 1997 (com o Atlético-MG) e 1998 (no Santos). A primeira conquista, com a equipe mineira, é até hoje lembrada por uma briga generalizada na partida de ida da final contra o Lanús, vencida pelos brasileiros, por 4 a 1, na Argentina. Na ocasião, Leão teria sido o pivô da confusão, por provocar os adversários, e levou o maior prejuízo do confronto: teve que passar por cirurgia para reconstituir o rosto, fraturado com um soco.

Palmeiras (2006)
Irritado pela má atuação do Palmeiras contra o Guarani, em uma partida no Campeonato Paulista de 2006, Leão foi acusado de agredir um repórter de uma rádio de Campinas no intervalo do jogo. Processado, o técnico teve que pagar R$ 20 mil por danos morais ao jornalista, por decisão da justiça proferida em 2011.

Sport (2009)
Descontente com a contratação do atacante Marcelo Ramos sem o seu conhecimento, Leão disse que, em protesto, entregaria o cargo e o presidente do Sport, Sílvio Guimarães, deveria assumir o comando do time. Antes que pudesse realizar a promessa, foi demitido e chamado de "ingrato travestido de valentão". Depois, o técnico retrucou ao declarar que o dirigente era um "esclerosado, covarde e incompetente".

Goiás (2010)
Treinador do Goiás na época, Leão discutiu e agrediu um repórter na saída do campo após um empate por 2 a 2 entre a equipe esmeraldina e o Vitória, no Barradão. A confusão envolveu também jogadores, como o atacante Rafael Moura, que desferiu um soco no jornalista e foi punido com seis jogos de suspensão em julgamento do STJD. O técnico pegou apenas duas partidas de gancho.

*com informações do Portal Terra

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